Sabemos olhar!

18 de out. de 2010

LAR


ANTES UM ÚNICO LEITOR

As chuvas levaram boa parte da história dos nossos irmãos pernambucanos, quando não, levaram suas vidas. Imagina ser pego de surpresa com tal devastação? Essas catástrofes são superiores a força do homem...

Na nossa "caminha quente" - zona de conforto, criamos problemas imaginários que competem com os problemas "reais" de tantos que sofrem.Ultimamente, estou mais sensível à questão do LAR, da CASA, e o quanto é importante, pois vem traduzir um pouco do que somos, ou queremos expressar, é como se a CASA fizesse parte de uma inspiração. É nela que guardamos os nossos segredos materiais, como retratinhos, bilhetes, fotos, cacarecos, plantinhas e o cheiro nosso.

Numa noite dessas, egoisticamente falei: - ESTOU COM SAUDADES DE TER MINHA CASA. Dei-me ao “luxo” de desarrumar a barraca, e não fui pega de surpresa, muito embora nos moldes de tragédia estejam bem longe do que aconteceu no litoral pernambucano.

Não gosto de doar coisas velhas, tranqueiras, tratar o “outro” como depósito de lixos, nem gosto de ter muitas coisas empilhadas, a começar por roupas e calçados...

Em meio as minhas coisas da antiga casa, coloquei tudo em caixas, serviu de inspiração para o meu irmão Milagro:

http://www.recantodasletras.uol.com.br/cronicas/2322811


Voltando ao assunto de LAR/CASA, nosso abrigo fala de nós materialmente.

Numa semana, passando por uma rua e vi um professor que ensina na Faculdade, ele estava colocando água numas plantas da calçada, não resisti, exclamei: - QUE CENA MAIS LINDA!!

Tal frase, fora à senha para conhecer o interior da “casa nova”, imediatamente eu e o Israel, fomos apreciar os lugares tão preparados com sua personalidade. Impressionante a decoração, na primeira sala tem uma placa denominada “Brigitte Bardot”, (gosta muito de viajar e já foi à França e conheceu Brigitte, foi ao Egito 2 vezes e tem uma estante com muitas peças das suas inúmeros viagens). Confiou sua privacidade, o Juracir Jussiê, além de professor é artista plástico, faz belos quadros com uma técnica especialmente desenvolvida. Mostrou-nos uma plaquinha azul da Brigitte e falou que ninguém tinha tocado, e confiou a mim o seu toque. Valorizo demais esses momentos, tenho respeito, e não economizo as expressões à valorização, fomos presenteados por um pacotinho de incensos indianos. Compreendi na sua fala que ele sentia o desejo de ter o seu lugar, para colocar seu atelier, os retratinhos, bilhetes, fotos, cacarecos, plantinhas, seu cheiro, sua vida na companhia da sua imaginária Brigitte Bardot.
E assim, despeço-me.

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