Sabemos olhar!

5 de mai. de 2009

PERFUME


Silêncio interrompido...

- Você já usou perfume hoje?

Curiosamente fixo o olhar em quem interrompe o marasmo e indaga.

No iminente contato os olhos se espelham, como se um refletisse o imo do outro.

Sorrisos atrevidos que arrostam a face, esboçam num rosto antes tímido, definhado e desalentado, que se toma por deleite, contentamento e delícias.

Um minúsculo frasco é retirado do interior de uma bolsa de mulher, bolsa de tantos segredos e incomunicáveis reservas, assim é o mundo feminino não existe domínio e nem conquistas, somente esforços contrariados.

Pulsos rendidos em direção as gotas, e no ímpeto foram borrifadas, recebendo a fragrância rara, a rendição foi instigada na curiosidade do quê o cheiro inspira.

Não por vaidade, mas o perfume foi lançado para ser sentido de forma que trouxesse a essência da vida, não limitou-se aos pulsos por estratégias, mas perfumou o corpo e a mente abrindo um alvorecer, dando identidade ao ambiente e percebível por outros que sentiam o cheiro satisfatoriamente.

Recordações exalam dos pulsos, e incitam lembranças da infância que no despertar das madrugadas era certa a visão de um braço materno, cheiro de amparo, privilégio, e ares de proteção, e na manhã seguinte após um carecente café modesto, organizava orgulhosamente seu material escolar numa bolsa de plástico e caminhava rumo a uma história nova.

Perfumes geralmente provocam posturas, charmes, sofisticações e eternizam momentos precisos na composição sinfônica da vida.

Recordar esses momentos, através de uma pergunta despretensiosa e no aspergir uma fragrância, faz esboçar pensamento singular.

Usar perfume é um requinte uma quinta-essência, usar perfume exige critérios, pois ele fomentará eternamente uma intensa lembrança.

E você, já usou perfume hoje?

"Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela". Prov. 7:17

4 de mai. de 2009

A GRAVATA


Segredos guardados, inconcebíveis até.

Um segredo que faz alguém rabiscar sem formas o chão por horas.

Um olhar experiente analisa a cena e se aproxima...
Vê-se diante de uma descoberta, inclina-se e implora a resposta do motivo profundamente cabisbaixo...

Um olhar inocente analisa a pergunta e se permite...
Responde então, exemplificando:
- A gravata! Desejei uma gravata, a qual esteve na gaveta por muitos anos, um desejo veemente expressava, porém, todos ignoravam com apenas um “dá de ombros” e na casualidade abro a gaveta, e vejo a tão sonhada gravata. Alegro-me, alegria provisória.
Coloco-a no pescoço, vem alguém e a leva por astúcia.
"Esse é o motivo dos meus rabiscos e do meu silêncio em cócoras".


O SENHOR é a minha força, e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus, portanto lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei. (Êxodo 15:2)
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