"Para conhecer alguém temos que avançar, seguir em frente, simplesmente ir ... e para conhecer mais ainda temos que regressar, parar, retroceder, recuar-se..."
A visão do "conhecer" é esplêndida!
E depois?
É você, simplesmente, sentar-se sob a sombra de um velho juazeiro, refestelar-se na limpa consciência, abrir um Romanée-Conti e elevar sua melhor taça aos céus e agradecer por tudo.
Tu tens ideia do que estás criando em mim todos os dias?
- Estou tentando te proporcionar uma descompressão no seu coração;
Dando-lhe mais sentimento de amor e carinho, mediante as coisas da vida, mesmo as que a gente não der valor, lhe ouvir e tentar lhe dar conselhos onde você não encontra respostas satisfatórias as suas necessidades;
Dar mais brilhos nos seus olhos e fazer você dar mais sorrisos lindos, resumindo:
Ajudando a viver melhor, pois, a vida nos dar surpresas e nelas “algumas não tão boas e outras como eu”.
Eles não brigaram debaixo de uma latada, esta é a verdadeira história:
O Cravo falou pra Rosa:_Cheguei em casa, pensei em você, imaginei você aqui comigo cortando verduras, tomando vinho e conversando.
A Rosa:_Essa é a cena que um dia viverei.
O Cravo: _Pensei em te convidar para meu barraco, mas achei muita ousadia e falta de conforto pra você. Sou muito simples e você merece o melhor.
A Rosa:_Se você dissesse que o seu coração é simples, eu diria que é o conforto que preciso, um dia você vai me chamar pra dentro dele e vou entrar, esse "barraco" é o meu melhor. Mas não tenho pressas, pq aqui são só palavras escritas.
O Cravo:_Palavras podem se transformar em atos.
Conclusão: "O Cravo não saiu ferido e nem a Rosa despedaçada".
Numa pesquisa ao
dicionário, discorre que o significado da palavra PERDÃO é: Substantivo masculino 1 . remissão de
pena ou de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto. 2. ato pelo qual
uma pessoa é desobrigada de cumprir o que era de seu dever ou obrigação por
quem competia exigi-lo.
Na
divagação das minhas reflexões, em desejar registrar o que
penso, ou supostamente defendo, mas sem que haja um conceito fechado sobre o tema: O que é o perdão? Como perdoar? Quais os sinais de
que alguém liberou o perdão? O perdão é um
presente? Será que o opressor deseja receber o perdão? Será que perdoar é
sentir mesmo a benesse do alívio, a então: “cura”? Quando declaramos o
perdão a quem nos feriu, falamos do ocorrido sem doer? Perdão é o estado
pleno da paz? Mesmo ainda na sangradura de uma chaga? Será que negar o
perdão é admitir que não exista benevolência em sua essência? O perdão é um ato? O perdão seria uma
habilidade que precisa ser exercida em meio às ofensas de outrem? Seria um artigo
escasso nas relações? Perdoar é acreditar
no outro mais uma vez, sem ressentimentos, a ponto de entregar o seu melhor
cristal para ser atravessado sobre muros de pedras? O perdão seria um dom ou talento, em
que provamos o quanto somos evoluídos?
Como podemos
observar, são muitas indagações... Confesso que consigo
dá alguns conceitos em algumas questões acima. Algumas perguntas vivenciei em suas respostas, e outras
ainda não as tenho. Ontem compartilhei de
uma ofensa que sofri, achando eu que tinha sarado, mas senti uma sombra de vaidade em
mim, ao dizer: O QUE ELE ME FEZ DE RUIM, HOJE LHE DARIA UM ABRAÇO DE
AGRADECIMENTO. E em seguida, lancei a famigerada frase: EU O PERDOEI!Quando percebi estava com um nó na garganta e
recordando na mente sem ao menos dizer uma só palavra, toda opressão que
passei, e disfarcei seguramente as lagrimas. Sou muito orgulhosa para aceitar o
“vitimário”. Resolvi calar e não
segui em frente na verbalização, ao quê estava recordando em minha memória atrevida. Mas pensei muito
sobre cada pergunta que escrevi acima. E surgiu uma nova
pergunta: COMO É QUE ACONTECE INICIALMENTE O PERDÃO DENTRO DE NÓS? Será que é
somente quando tudo está dando certo? Quando superamos a maldade do outro? Ou deveria iniciar o perdão no momento do lamaçal ao qual somos injustamente lançados? Deus entende nossas
fraquezas. E precisamos entender as lições impostas, ou seja, as crucificações
moralmente sofridas. Muitas áreas em
nossas vidas essa habilidade de perdoar deve ser exercida, tais como: a
profissional, a familiar, a amorosa, a espiritual e as inúmeras formas de se
relacionar. Será que pra cada área, existe um significado e uma
aplicabilidade diferente? Ficarei aqui... Mas
na certeza que buscarei indubitavelmente essa cura!
Algumas pessoas sofrem por transformações, igualmente ao processo das “pérolas”.
Ao lermos a frase acima, calha o fascínio em apetecer valores a alguém, e imaginamos a culminância de encantos notavelmente a tal pessoa.
Porém, não escrevo para fazer referência equiparando valorização e/ou elogios, mas tentando comparar a transformação na nossa individualidade.
Nesses últimos meses estive ouvindo algumas histórias de superação, em que no passado, a vida estava no eixo habitual, mas um mancal estava por virar em mudanças e até tentado por algo que a princípio seria benéfico, logo mais, deparou-se com teias prejudiciais, que provoca arranhões, dilacera molduras, vitaliza amarguras, promove síndromes, perpetua medos, aprisiona o grito, altera a fome, imprime mentiras, apaga estradas, derrama as claras, arrasta grilhões, furta a tinta, amarela os sorrisos, perfura feridas, e assim, provoca uma colheita fora do tempo.
Dores, amarguras, agonia e suspiros são por fim, atenuados.
Entre uma história e outra, fui recordando como são produzidas as pérolas, as mais raras e todo o seu processo de transformação no interior de uma ostra, em que acontece um colapso do pequeno e único grão de areia.
Dentro da ostra não se vê o que acontece no desígnio processo, assim, é o nosso íntimo, ninguém vê o que se passa lá dentro.
Quando eu era criança, costumava passar quase que diariamente numa rua, e nesta existia uma luxuosa casa, com uma colossal murada, (em comparação ao meu tamanho), e por sorte, o portão ficava entreaberto.
Do lado de fora, retesava o meu corpo para ver ao fundo na principal sala, um objeto decorativo: Um barco de madeira na media de 50cm, sobre um móvel colonial.
Meus pensamentos opulentes, criava a ideia dos moradores afortunados, naquela casa continha um atrativo para minha admiração.
Particularmente, o barco significava a coragem que eu tinha em especular uma casa que jamais me convidaria para apreciar de pertinho, todo o realce dos seus contornos e velas.
Por ser meu alvo de admiração, acabei por descobrir o nome do proprietário, era um avanço ao meu desejo de ter o momento de chegar perto e observar cada detalhe, é sabido que o impulso de uma criança é bem mais ousado do que nós adultos regulares.
Porém, para meu desapontamento, passei em frente da casa e não mais estava entreaberto o portão, estava totalmente fechado, e por meses fechado... e fechado...
Aos poucos fui examinando o significado da palavra abandono - neste seria a casa.
Com tudo, o TEMPO me fez esquecer "da menina" e o seu fascínio pelo barco.
Passadas tantas fases da minha vida, aos meus 26 anos fui visitar uma pessoa que morava numa casinha bem pequena e humilde, e o morador me conduziu ao seu quintal. Curiosa, olhei tudo ao meu redor, as árvores com frutas da época, e não me contive com uma "murada" muito baixa, inclinei para observar o quintal ao lado, e tomada por sobressalto, surpreendi-me:
“Vi o barco que fez parte dos sonhos da minha infância, próximo a uma antena SKY ambos jogados ao chão, era inverno e gotas de chuva "carimbava" sobre esses objetos; vi no passado aquele mesmo barco num cenário suntuoso, e como ele chegara ali?”
Sem muito manifesto, tratei de perguntar quem era o morador daquela casa vizinha.
Será que se tratava do mesmo? (pensei)
Esqueci minha condição de "adulta regular" e ousei como uma criança. Não poderia perder a oportunidade mesmo que tardia, criei uma situação imediatamente para me aproximar dos moradores da casa vizinha, e de primeira procurei fazer amizade, o morador não sabia do meu real interesse em simpatia. Conversei com sua esposa e seu filho alegremente na calçada mesmo, estive o tempo todo devotada aos assuntos deles, ouvindo suas histórias com interesse. (E nada de tocar no assunto marítimo).
Aos poucos fui mapeando a vida daquela família, tratava-se de um homem trabalhador, dono de armazéns de grãos, um forte comerciante, acontece que naquele momento a sua família estava passando por dificuldades financeiras e tinha perdido todos os investimentos, perdera casa, carro, armazéns... Observei a nítida esperança em se reerguer, e o que aprendera com as quedas e decepções com pessoas e sócios, foi um desabafar dos dois.
Mas a menina gritava dentro de mim: KEYLA, PEDE LOGO PRA IR AO QUINTAL DELES, PEDE...PEDE...PEDE....E eu respondia: Mas como ir?
E tome conversas e mais conversas, e por fim, ele quis comparar a simples casa que estava vivendo com sua família, com a casa que viveu por tantos anos. (ele só não imaginava que já sabia). E foi me conduzindo cômodo por cômodo, até que cheguei ao quintal, olhei fixamente o barco na direção dos meus pés.
Jogado ao chão. (Era ele mesmo)
Meus pensamentos foram confiscados, e recebi uma das lições que guardo até hoje: “Talvez! Esteja aí a minha idéia de ver valores em meio aos lixos, por que não se trata apenas de um OBJETO DESCARTADO, mas uma HISTÓRIA, uma RAZÃO FORTE para estar descartado”.
Naquele momento: O Barco + o Vento + a Chuva + o Passado+ o Luxo + o Chão = a Lição
"Neste mês de Janeiro/2013, passei por alguns infortúnios, houve dias em que imaginei não superar a brava engrenagem. Pensei que feridas cicatrizaram, mas era um “coscorão” que se formou apenas. Mantive boas conversas com ares de novidades, mas não deixei entrar todo o sanativo"
Não adianta lamentar, é hora de limpar o estrago e lançar fora os avelhantados conceitos.
Tenho uma mente que produz, mas preciso que minhas mãos obedeçam aos comandos, estou mais lenta e ansiosa.
Uma vez, não lembro a data... Falei num programa de rádio, que preferia uma Cachoeira a um Lago, e construí a idéia de que o lago era com águas paradas, porém, próxima a cachoeira teria uma árvore com um ninho, e as muitas águas ecoantes não incomodava a ave e seus filhotes. Hoje, nem sei mesmo o que quis dizer na época. É como se muito do que já disse ou escrevi, não fizesse tanto sentido.
Acho que estou vivendo o monossilabismo: SIM! NÃO!
Família não é apenas uma forma organizacional de pessoas com laços parentescos numa simplificada composição, denunciam os retratos amarelados e invadidos por traças, eles sim elucidariam melhor esse conceito.
O seu radical é formado pelos pais, seus filhos e estende aos parentes.
Não existe uma definição ajustada sobre o que é família, e quem não teve uma família imagina ter sido uma criança mais feliz, e que perdeu na infância as delícias de uma.
Nestes últimos dias resolvi implicar:
Será mesmo que definir família é o principal laço de amor? Um apoio de sustentação? Quando vem pranto surge o acalento? Quando se sente doente, alguém pergunta se estar melhor? Quando se tem fome, uma mão parte o pão e te entrega o miolo? O caminho que se trilha não é mais perigoso? Ter família cessa o desespero de se sentir sozinho? O amor é seguro? Não se preocupa em perfeição apenas em existência? Ela é responsável por nossa formação e nosso caráter?
Conversei discretamente com algumas pessoas mais próximas, para que me respondessem o que compreendia por família: - Discorra o que é família.
Notei semelhanças em suas respostas, elas traziam cuidadosamente as pessoas ligadas como seus filhos, seus pais, seus avós, seus primos e primas, o sentimento de orgulho perceptível por viverem nesse conjunto.
Porém, na exceção de uma resposta, ouvi que família não tem relação apenas sanguínea e sim na faculdade da livre escolha.
Até que ponto se escolhe alguém?
Nos meus questionamentos era como um mosaico se formando, no fundo era como se estivesse travando um desafio. É verdade que não é um tema fácil para mim.
Às vezes, sinto-me pertencente a uma grande família e em alguns momentos sem sobrenome. Não tem nada relacionado aos dramas e dissabores da “pobre incompreendida”, sei do meu desenho contagiante em apontar pessoas para serem “meus” como familiares.
Em algumas respostas que ouvi é que família é a união de pessoas pelo amor constituído entre amigos que se pode conquistar. Descobri também que ninguém quer ser excluso do seio familiar, ser abandonado por rejeições.
A “natureza” nos coloca em lugares além.
Famílias inversas que não se comunicam e não tem uma única adoração por conviverem. Sentem falta de pessoas que existem e mesmo vendo todos os dias, não se falam.
Família são nossos verdadeiros amigos? Será que ELES sabem que fazem parte da nossa família?
O que sei é que meus olhos ficam marejados em falar dessa matriz, por inspirar referências e quem sabe os ancestrais.
Divagando e divagando, ouso definir família:
"É enxergar um campo fértil em que atravessamos rapidamente, sem poder tocar nas tulipas."
Não devemos assertivamente responder com definição romanceada, ou seja, declarando que família é a base de tudo, pois é possível não termos, e sentirmos a sensação de que o nosso chão é flutuante, então, concluímos que é melhor não definir que ela é a base de tudo.
Confortável acreditar que é na existência da família que conhecemos inicialmente a força, o amor e a união. O que se espera dos membros da família é a promessa de lealdade.
Quando nascemos num lar bem “bonitinho - retratos bem tirados ” não nos é fácil compreender todas as nuanças do conjunto familiar.
Acerbo a valorização em falar do nascimento e a criação, trago essas questões, contudo, como falar da minha existência?
Resumo em três elementos: Um homem, uma mulher e um amor insólito.