Sabemos olhar!

4 de out. de 2011

O CIRCO SEM "PALHAÇO"!

Procuras por parques, exposições, cinemas, teatros, circo e entre outras fontes culturais.

No Império Romano pessoas ofereciam suas apresentações nas ruas e até casas dos mais nobres, além de anfiteatros, o circo foi avançando com grupos itinerantes, palhaços, malabaristas, mágicos e tantos outros.

Lembrar do "Palhaço é assimilar o lado mais alegre do Circo".

Fui num programa circense acompanhada do meu filho Israel e um amiguinho Natan, nossa participação era o entretenimento e a relação cultural. Quando criança me recordo das acirradas birras para assistir de perto aquela imensidão de cores e movimentos, essa novidade movia as escolas e toda a garotada da rua.
Os dois bem animados logo na chegada ao Circo, observei que não continha animal algum, talvez por lembrar da tramitação da Câmara Federal, quanto a exploração de animais em espetáculos. Fiz uma observação discreta, sem alardes, embora ser um bom tema introdutório para debates futuros, mas inicialmente não pretendia colocar peso e dá conceitos na entrada ante ao picadeiro.

Reservamos os melhores lugares, mas para nossa surpresa, não era um lugar privilegiado, dadas as reclamações dos dois (Israel e Natan). Nos refastelamos e apreciamos a lona armada, vez por outra os olhos do Israel brilhavam de contentamento.

Qual a criança que não quer ser escolhida pelo palhaço engraçado? Sim, 6 meninos entre 7 à 10anos, foram escolhidos da platéia para participarem da “brincadeira“, sinalizei ao Israel com um olhar de incentivo, que não aceitou fazer parte.

Um número de grande péssimo gosto fora iniciado; minha mente corria entre as humilhações que antes os animais sofriam por vezes, e em comparar que naquele momento uma substituição por 6 meninos.
Primeiro o “palhaço”, perguntou o nome de cada menino, e em seguida fazia gracinhas com as pronúncias dos seus nomes.

Vocês conhecem o Corpo Humano? _Perguntou-lhes o “palhaço”.

Os 6 meninos criaram 3 duplas, a regra da “brincadeira” era o palhaço perguntar a parte do corpo, e os meninos identificarem tocando o corpo do outro à frente.

Começa o “palhaço“:
- CABEÇA! (Um menino toca a cabeça do seu companheiro).
- PERNA!(Um menino toca a perna do seu companheiro).
Assim sucessivas partes, até que o “palhaço” cita o pênis, e os mais atentos não atenderam ao toque. Mas, para demonstrar o duplo sentido, o “palhaço” diz que é para cada um segurar o seu próprio orgão, por alguns segundos.
O “palhaço” agora grita: - NARIZ! (Os meninos colocam as mãos no nariz do seu colega)

Ecoam gargalhadas! (Pensei: TEM ALGO ERRADO COMIGO, pq não encontrei graça).

O “palhaço” provoca para que cada garotinho rebole, mexam os quadris; com sucesso é atendido, e vocifera palavras reles e atrevidas. Um dos garotinhos mexia os quadris ao som de uma música, enquanto o “palhaço” pelas costas do garoto demonstrava à platéia que o menino era homossexual, numa indução reprovável, um bullying aberto... (Em aplausos)


Ecoam gargalhadas! (Pensei: TEM ALGO ERRADO COMIGO, pq não encontrei graça). [2]

_VOCÊ VEIO COM SUA MAE? Perguntou o Palhaço “entre aspas”.

_Não! Vim com meus colegas. Responde o garotinho (que mexeu os quadris)

_AINDA BEM QUE NÃO TEM NINGUEM AQUI QUE TE CONHEÇA. Afirma o "palhaço", admitiu o fato ridículo que estava submetendo a criança

Nenhum menino foi poupado, foram chamados de: Misérias, cães, pestes e palavras de infortúnios que não reprisarei.

Mesmo impotente, certa de que não poderia ir ao picadeiro e tirar cada menino dali. Uma humilhação patética era uma navalha: PROIBEM OS MACACOS, E FINCAM AS CRIANÇAS NA "MOLESTAÇÃO DE CARATER MORAL".

Que permissividade na diversão medíocre, fomos capazes não aplaudir os números com animais, porque precisamos aceitar isso?
E o Poder Público?
Será que vai se tornar "cultura"?
Escolher crianças para rebolarem freneticamente e serem chacoteadas na equivalência sexual?
Será que a sociedade evoluiu mesmo, em que os romanos lançavam os homens para os leões devorarem a fim de divertimentos? Esses números foram eliminados com a evolução cultural, mas hoje, lançam crianças em sua inocência e são abertamente ridicularizadas.

O meu filho não foi o ESCOLHIDO PELO PALHAÇO, mas não minimiza minha tristeza e indignação. Altos palavrões e falta de criatividade, presenciei aquela encoberta perversidade, desmerecendo a criança e colocando-a como um animal irracional, apenas para alegrar os “sem graças”.

Existe brincadeira inerente as apresentações saudáveis. Será que esse adulto TEVE UMA INFÂNCIA NORMAL? Ou quis usar as crianças como espelho do seu próprio mal e desgosto?

Lamento por ter mostrado ao meu filho uma grande farsa no picadeiro: AQUELE “PALHAÇO”.

PARABÉNS AO VERDADEIRO CIRCO, que adoça a criança!
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