Ganhou de presente uma boneca gigantesca, os seus pequenos bracinhos não circulavam um abraço.
A mãe não permitia que fosse incluída a boneca entre seus outros brinquedos “reciclados”: Caixinhas de fósforos conjugadas formando um sofá, panelinhas de tampas de refrigerantes, e do lado uma “boneca tijolo”, sim, um tijolo enrolado, peso semelhante um recém nascido, mimos nesse tijolo, todo enrolado por retalhos esquecidos nos armários.
A imaginação infante não se explica, mesmo sem o preparo da fala, demonstra em expressões.
Brincadeira essa, que a menina dividia sua “casinha” de pequenas tábuas, essas tábuas caiam num estreito córrego. Ao longe, continuei observando aquela inesperada cena, tantos restos de “coisas” recicladas, nada inteiro para se brincar e num quarto ao lado, estava ela: Aquela suntuosa e imensa boneca “solitária”.
As tábuas caiam no córrego, irritando-a aborrecida em gritos, mas acorda um adulto, e ela em seguida entrega suas mãozinhas para serem depositadas as palmadas; O CONTROLE EMOCIONAL ou represar as emoções foi vivido precocemente, uma infância sem aviso.
Nula era a razão da brincadeira, levanta-se, examina suas mãos carmesins; em culpas coloca seus brinquedos reciclados em sacolas, encerra sua imaginação infante, passa pela suntuosa boneca e declara: - ASSIM COMO VOCÊ, SOU EU - Trancada, sem atenção, sem conversa, em silêncio vive, sem sinal, dentro de uma caixa assim estou.
Muitos anos se passaram:
- CADÊ A BONECA?
Foi tragada pelo tempo, desapareceu, não estar no lugar, e ela declarou: - ASSIM COMO VOCÊ, SOU EU - Livre, amada, curada e lembranças para muitos.
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...se um brinquedo quebrar em meio as brincadeiras...que bom...uma criança deu risadas e fez histórias...
Muito interessantes suas colocações rsrsrsr
ResponderExcluiradorei o texto, informativo e intrigante!
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